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Dinossauros, bebês e long-necks
- Então quer dizer que ela não quis ir pra casa contigo? - as palavras são meio que arrotadas por Alberto depois de um longo gole de cerveja.
As janelas abertas do carro até tentam expelir para fora a fumaça exalada pelos três enquanto fumam seus cigarros, mas não conseguem. É muita coisa. Alberto, no banco de trás, é magro e loiro, e tem a cara marcada por algumas rugas precoces - o que ele afirma ser o stress. No banco do passageiro, Santiago é o mais alto, com seu cabelo ralo e ensebado. Luis, o motorista, barrigudo e bigodudo, parece sempre ansioso, com sua testa suada e seus olhos esbugalhados. Eles têm lá seus trinta e poucos anos, embora às vezes ajam como se tivessem dez.
- O que eu podia fazer? Eu devia tá com um bafo violento de cerveja. Pra variar - diz Santiago, no banco de passageiro, rindo de sua própria história.
O endereço escrito à mão no bilhete que ele segura é o que os guia pelas ruas residenciais quietas e mal-iluminadas por postes baixos - os que funcionam.
- Porra Santiago! Cadê a porra da casa? - diz Luis, batendo a mão no volante, impaciente - nós tamos procurando essa desgraça há mais de meia hora e esse idiota não pára de falar merda!
- Eu? Falando merda? Você devia era se gravar pra ouvir depois - aí sim dava pra ouvir um monte de baboseira - diz Alberto, rindo - Porra, essa cerva esquentou - ele joga a latinha meio cheia pela janela, que bate no chão fazendo um barulho agudo e alto.
- Puta merda, seu idiota! - diz Luis, dando um toque no freio que faz Alberto bater a cabeça no seu banco - cê ainda não entendeu que não é pra chamar a atenção, seu bosta?
- Vamos parar com a putaria, os dois. Ali, vira à direita - diz Santiago, que aproxima o papel do rosto pra checar se viu o nome certo da rua, enquanto Luis vira à esquerda.
- Puta merda, Luis! Eu não acabei de falar que era pra virar à direita?
- E eu não virei? - o som de gargalhadas vindas do banco de trás explodem no ar.
- Não acredito que você não sabe diferenciar direita de esquerda! - diz Alberto.
- Ah, vão pra puta que pariu. Só me aponta qual o caminho da próxima vez, porra...
Eles dão a volta no quarteirão e entram na rua indicada previamente.
- É essa aqui mesmo, finalmente - diz Santiago, olhando a plaqueta pregada no muro da casa da esquina.
Eles seguem lentamente e param logo atrás de um carro parado rente ao meio-fio, na frente de uma casa branca pequena entremeada por residências maiores. Na garagem da casa, que é um pequeno espaço além da calçada, outro carro, esse velho e estourado, está estacionado torto.
- Será que o malandro tá com visita? - diz Santiago, apontando o queixo na direção do carro à sua frente.
- Se tiver, o chefe falou que não é pra poupar ninguém. Vamos acabar logo com isso e voltar pro bar - diz Luis.
Alberto pega ao seu lado no banco as boas e velhas toucas pretas, com furos para os olhos. Eles descem do carro e abrem o porta-malas. Santiago pega uma escopeta, e os outros, pistolas. Andando na direção da porta da frente da casa, colocam as toucas na cabeça.
- Prontas, meninas? - diz Alberto, rindo, numa típica demonstração de que perde as melhores oportunidades de ficar quieto.
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E aí, gostaram? Os comentários estão liberados para qualquer um, então caso queiram postar algo, sintam-se à vontade.
Em breve: os primeiros esboços!
4 comentários:
5 palavrões em cada 6 palavras!
:D
muito bom!
Típico do Xuxo!!!
uhauhauhahuahu
gostei véio... os desenhos estão fodíssimos tbm
Xuxo...
véiooo... sua cara mesmo, finalmente um roteiro vai se tornar algo palpável...
curti pra caralho bixo!
e os esbosços ficaram ótimos
me surpreeenda gordão
huiahauiha
Como a galera disse..é típico do Xuxão mesmo hehe
Do caralho cara,o mistério e tal,as coisas bem descritas..
E os desenhos ficaram massa tambem,o cara desenha bem pra caramba
Sucesso!
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